Circular: Nutrição de Equinos

Gilson Nogueira Cardoso

   Os equinos e muares são classificados como herbívoros não ruminantes, ou seja, têm por base da sua alimentação forragens (pastos, feno, capim picado, silagens), porém, não retornam o que foi consumido para ser remastigado na boca como nos bovinos (ruminantes). Portanto entender e respeitar as particularidades do aparelho digestivo dos equinos e muares é fundamental para um eficaz manejo e uma adequada nutrição na criação destes animais.

   As concentrações de nutrientes das forragens não são capazes de suprir as necessidades nutricionais dos equinos, principalmente, diante dos esforços impostos (animais atletas) e também dos constantes avanços genéticos, fazendo com que, estes animais sejam cada vez mais exigentes em uma ótima, correta e principalmente equilibrada nutrição. Outra atenção importante a ser considerada na nutrição dos equinos e muares e a forma de manejo (criação em baias) pois ao longo da existência destes animais a liberdade fez com que estes animais desenvolvessem a velocidade e também viver em bandos, estas características são fundamentais para sua sobrevivência, portanto, prender e isolar vai de encontro à evolução dos equinos e muares diante de sua forma de vida livre.

Alguns pontos não podem deixar de ser considerados:

– Forrageiras de qualidade – o bom e correto manejo dos pastos, a boa condução das capineiras, cuidados na compra de fenos fazem com que base da nutrição dos equinos e muares seja garantida e também um eficiente funcionamento do intestino grosso prevenindo distúrbios como a cólica.

– Uso de uma adequada ração – o complemento das forragens são as rações, assim sendo, estas rações têm características que atendem as exigências nutricionais e principalmente asseguram o bom funcionamento do aparelho digestivo dos equinos e muares prevenindo distúrbios como as cólicas.

 Cuidado com os níveis de amido – os equinos não têm uma boa eficiência de aproveitamento digestivo do amido e isto pode aumentar a passagem do amido para o ceco e intestino grosso gerando excesso de fermentação causando vários distúrbios por exemplo a cólica.

Diante destas considerações a diferenciação entre alimentar (disponibilizar alimentos) e nutrir (atender as exigências nutricionais com viabilidade econômica) torna-se imprescindível para um bom e eficaz criador de equinos ou muares.